terça-feira, 3 de julho de 2012

CAPULANA MÁGICA




                      
                  Todas as noites se acende uma festa no firmamento de África. E nessa festa tropical, há uma constelação que brilha mais intensamente do que todas as outras: é o feitiço de África. Porque África é uma deusa de luz, prenhe de luz.  Luz gerada pelas acções das pessoas boas que amam África.

                  Há uns dias, numa reunião de trabalho de uma actividade extra-curricular, uma companheira - a Lucília, soube da minha paixão por Moçambique e do meu gosto pelas suas capulanas.

                  No final da sessão seguinte, ela, que também ama Moçambique, disse-me que tinha uma oferta para mim e entregou-me uma capulana daquele país.  Ao pegar na capulana, ouvi a chuva copiosa cair com raiva e fecundar a terra em brasa e senti vontade de dançar uma valsa africana, acompanhada pelo mistério, nunca desvendado, da percussão de um tambor na noite estrelada, abrilhantada pela cantata perfumada do Índico. Vi os querubins correndo descalços nos mangais da Zambézia, os meus pais, na idade da imortalidade, passeando na ilha de Inhaca. Ouvi os flamingos de plumagem flamejante pedir-me que volte, que volte, que volte...

                  A capulana semeou constelações no firmamento de África, acendendo uma festa tropical! E Moçambique inteiro afagou o meu coração.

                     Muito obrigada, minha querida Lucília.
 
                                                                                              
                                                                                              Isabel Maria

                                                                    O registo fotográfico é da capulana ofertada pela Lucília.