domingo, 28 de agosto de 2011

ASPIRAÇÃO




 
Quisera eu ser aquela estátua fria

Abandonada, só, mas que não sente,                  

Ou ser a branda aragem deste dia,

Ou um pedaço de oiro refulgente.



Quisera eu ser, até, a ventania

Condenada a gemer mas inconsciente.

Ou ser a dominante melodia

Das cordas de um violino...eternamente!



Quisera eu ser aquela asa de pomba,

prateada lua quando a noite tomba,

´Scaldante sol em tarde de Verão.



Ou viver, sem saber que estou vivendo,

Deixar que a vida vá assim correndo,

E não sentir que tenho um coração.



Maria Helena Cabral, in "Mulheres em Prosa e Verso",  vol. 4, 1ª edição - HOJE EDIÇÕES - Casca - RS - Brasil, pag. 63.

23 comentários:

  1. Boa noite Isabel,
    Li e reli este magnifico soneto, grata pela partilha!

    Beijinho,
    Ana Martins

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  2. Que maravilha! não conhecia.
    Boa semana
    beijinhos

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  3. Minha Querida Amiga Isabel
    Que lindo, este poema escrito pela sua mãe!!! Esplêndido e Sinto-o como se tivesse eu, esta aspiração.
    Gostei especialmente destes versos:
    "Ou viver, sem saber que estou vivendo,
    Deixar que a vida vá assim correndo,
    E não sentir que tenho um coração."

    Tocu-me fundo este estado de alma!
    Um abraço do tamanho do talento da sua mãe

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  4. Querida Isabel

    Boa noite

    Mais um lindo poema da sua Mãe, cheio de sensibilidade,em que põe a tónica nas exigências do coração que nem sempre é o 'conselheiro' que desejaríamos. E isto vê-se, sintetizado, no último verso.

    A imagem, agreste e bela, acompanha
    esse sentimento.

    Posso dizer que quero mais?... :)

    Beijo

    Olinda

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  5. Olá Isabel Maria: de todos os poemas da sua mãe (aqui colocados), este soneto leva a palma:)!
    Belíssimo
    Um abraço

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  6. Isabel ,

    mais um belo poema .
    Obrigada pela partilha e parabéns à poeta .

    Um abraço ,
    Maria

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  7. Helena, quisera eu ser assim como todos os poemas levasse que pudesse tocar quem os lessem.
    Excelente seu blog

    Bj

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  8. Minha querida Isabel Mª: Es una preciosa sorpresa volver de mis vacaciones y encontrar este bello poema de tu madre.Muestra un alma llena de sueños y sensibilidad y te hace volar por mundos llenos de belleza.Felicidades a las dos, a tu madre por esa inspiración y a ti por ser su hija, aunque ahora ya sé de donde te viene esa forma de escribir tan especial que tienes.

    Brisas e beijos.

    Malena

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  9. Querida Ana:
    É sempre um prazer partilhar os sonetos da Mãe.
    Um abraço.

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  10. Querida Lilás:
    Também gosto muito do que a Mãe escreve.
    Um abraço.

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  11. Querida CF:
    Ao mimar a minha Mãe está a fagar a minha alma e a aconchegar o meu coração.
    Sempre muito obrigada.
    Um abraço do tamanho da minha gratidão pelas suas palavras de apreço relativamente ao soneto da Mãe.

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  12. Querida Olinda:
    Muito obrigada por ter "reconhecido" a Mãe. Fico muito feliz e agradeço muito o seu mimo.
    Um grande, grande, grande abraço para si, minha Amiga.

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  13. Olá, Álvaro!
    Também lhe estou imensamente grata pelas suas palavras relativamente ao soneto da Mãe. Bem haja.
    Um abraço.

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  14. Olá, Lilazdavioleta!
    Muito obrigada pelas felicitações que transmitirei à Mãe.
    Um beijo.

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  15. Olá, J. Araújo!
    O soneto é da Mãe. Agradeço as suas palavras de preço.
    Um abraço.

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  16. Mi Querida Malena:
    Sempre tão querida comigo e com a Mãe! Agradeço as tuas palavras e fico imensamente feliz por estares de volta.
    Um abraço muito grande para ti, minha Boa Amiga Espanhola.

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  17. Já li outros poemas de Maria Helena, aqui.
    Todos lindos, este é um primor,de tão belo...
    Obrigada, pela partilha, Isabel.
    Beijos

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  18. Ou viver, sem saber que estou vivendo,

    Deixar que a vida vá assim correndo,

    E não sentir que tenho um coração.
    ´´´´´´´
    È nesse estagio que estou deixando a vida passando
    e viver por viver apenas.
    E não quero sentir mais dor no coração.
    Um dia lindo e feliz beijos,Evair.

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  19. Queira abrir sentidos para abstrata audição do aplauso que daqui remeto com toda sonoridade ao seu dizer, ao seu poetar.
    Cadinho RoCo

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  20. Olá Isabel
    Voltei procurando nova postagens e li novamente o poema, só agora percebi que era da sua mãe! que maravilha, da outra vez gostei, agora adorei!
    Bjs

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