"À ESPERA"
Aguardo-te
como o barro espera a mão.
Com a mesma saudade
que a semente sente do chão.
O tempo perde a fonte
e a manhã nasce tão exausta
que a luz chega apenas pela noite.
O relógio tomba
e o ponteiro se crava
no centro do meu peito.
Fui morto pelo tempo
no dia em que te esperei.
"À Espera", in "idades cidades divindades" - Editorial Caminho - 2007, p. 109.
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